domingo, fevereiro 01, 2009

NISE DA SILVEIRA


Nise da Silveira

Nise da Silveira Maceió, 15 de fevereiro de 1906 — Rio de Janeiro, 30 de outubro de 1999) foi uma renomada médica psiquiatra brasileira, aluna de Carl Jung.
Dedicou sua vida à psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas agressivas de tratamento de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia.


Nise da Silveira em sua formatura como Medica

Sua formação básica realiza-se em um colégio de freiras exclusivo para meninas. Seu pai foi jornalista e diretor do "Jornal de Alagoas".
De 1921 a 1926 cursa a Faculdade de Medicina da Bahia, onde formou-se como a única mulher entre os 157 homens desta turma. Está entre as primeiras mulheres no Brasil a se formar em Medicina.
Casa-se nesta época com o sanitarista Mário Magalhães da Silveira, seu colega de turma na faculdade, com quem vive até seu falecimento em 1986. Em seu trabalho ele aponta as relações entre pobreza, desigualdade, promoção da saúde e prevenção da doença no Brasil.
Em 1927, após o falecimento de seu pai, ambos mudam-se para o Rio de Janeiro, onde engajou-se nos meio artístico e literário.
Em 1933 estagia na clínica neurológica de Antônio Austregésilo.
Aprovada aos 27 anos num concurso para psiquiatra, em 1933 começou a trabalhar no "Serviço de Assistência a Psicopatas e Profilaxia Mental" do "Hospital da Praia Vermelha".

Nise da Silveira foi militante da Aliança Nacional Libertadora ( ANL). Durante a Intentona Comunista foi denunciada por uma enfermeira pela posse de livros marxistas. A denúncia levou à sua prisão em 1936 no presídio da Frei Caneca por 15 meses.
Neste presídio também se encontrava preso Graciliano Ramos, assim ela tornou-se uma das personagens de seu livro "Memórias do Cárcere".
De 1936 a 1944 permanece com seu marido na semi-clandestinidade, afastada do serviço público por razões políticas.
Durante seu afastamento faz uma profunda leitura reflexiva das obras de Spinoza, material publicado em seu livro "Cartas a Spinoza" em 1995.

Em 1944 é reintegrada ao serviço público e inicia seu trabalho no "Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II", no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, onde retoma sua luta contra as técnicas psiquiatricas que considera agressivas aos pacientes.
Por sua discordância com os métodos adotados nas enfermarias, recusando-se a aplicar eletrochoques em pacientes, Nise da Silveira é transferida para o trabalho com terapia ocupacional, atividade então menosprezada pelos médicos. Assim em 1946 funda nesta instituição a "Seção de Terapêutica Ocupacional".
No lugar das tradicionais tarefas de limpeza e manutenção que os pacientes exerciam sob o título de terapia ocupacional, ela cria ateliês de pintura e modelagem com a intenção de possibilitar aos doentes reatar seus vínculos com a realidade através da expressão simbólica e da criatividade, revolucionando a Psiquiatria então praticada no país.

NIse da Siveira junto ao Carl Jung

Em 1952, ela funda o Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro, um centro de estudo e pesquisa destinado à preservação dos trabalhos produzidos nos estúdios de modelagem e pintura que criou na instituição, valorizando-os como documentos que abrem novas possibilidades para uma compreensão mais profunda do universo interior do esquizofrênico.

Foi membro fundadora da Sociedade Internacional de Expressão Psicopatológica ("Societé Internationale de Psychopathologie de l'Expression"), sediada em Paris.
Sua pesquisa em terapia ocupacional e o entendimento do processo psiquiátrico através das imagens do inconsciente deram origem a diversas exibições, filmes, documentários, audiovisuais, cursos, simpósios, publicações e conferências.
Em reconhecimento a seu trabalho, Nise foi agraciada com diversas condecorações, títulos e prêmios em diferentes áreas do conhecimento, entre outras.

Isso é um pouco do fastastico trabalho de Nise da Silveira.

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